Saúde

Em 16 anos, número de mortes por doenças do coração aumentou 36% em Santa Catarina

Em 2001 foram informadas 8 mil mortes do gênero no Estado ante 10,9 mil casos em 2017.

Em 16 anos, número de mortes por doenças do coração aumentou 36% em Santa Catarina Foto: Instagram / Arquivo Pessoal

 

Em um intervalo de 16 anos, entre 2001 e 2017, o número anual de mortes relacionadas a problemas do coração cresceu 36% em Santa Catarina. Em 2001 foram informadas 8 mil mortes do gênero no Estado ante 10,9 mil casos reportados em 2017, como apontam os dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). O salto fez com que a taxa de mortalidade em decorrência das doenças do sistema circulatório passasse de 147,8 para cada 100 mil habitantes para 156,2 (por 100 mil/hab) no período.

Para estancar essa crescente, iniciativas de conscientização versam em torno da adesão de práticas de vida saudáveis que são consideradas por especialistas como essenciais na prevenção dessas enfermidades. O morador de Joinville Adilton Cezar Maia, de 61 anos, é um dos catarinenses que provou ser possível renovar a saúde por meio de mudança de hábitos.

— Ganhei uma segunda chance de viver depois dos 50, e venho aproveitando a vida cada dia mais.

A fala de Adilton expõe o que ele considera ser a sua sentença de vida. Oportunidade conquistada após passar por uma intervenção cardíaca de risco há sete anos, a angioplastia, quando colocou quatro ‘stents’ para desobstruir as artérias coronárias, que fazem o coração bater e levar sangue para todo o corpo. O joinvilense fez o procedimento menos de 24 horas depois de entrar no consultório médico com dores no peito e descobrir que estava na iminência de sofrer um infarto fulminante.

O auxílio e tratamento rápidos promoveram uma reviravolta imediata em sua rotina, tirando de seus vasos sanguíneos o status de “bomba relógio”. De quebra, ganhou tempo para ter mais qualidade de vida com a resiliência de abandonar velhos vícios, determinantes para desencadear seu problema cardíaco: o uso do cigarro, o sedentarismo, o estresse no antigo trabalho e a má alimentação.

 

 JOINVILLE,SC,BRASIL,25-09-2018.Dia Mundial do Coração. Adilton Cezar Maia.(Foto:Salmo Duarte/A Notícia)

Adilton Maia Foto: Salmo Duarte / A Notícia

 

Exemplo simbólico

A história de Adilton Maia serve de exemplo e corrobora para refletir a importância dos cuidados com o órgão e da adoção de um estilo de vida ativo e saudável para viver mais e melhor. Superação que vai de encontro ao objetivo central da campanha “O Meu Coração, O Seu Coração – Faça a sua Promessa”, criada para relembrar o Dia Mundial do Coração, celebrado neste 29 de setembro. Mais do que conscientizar, a iniciativa busca ser um chamariz na tentativa de reduzir o total de mortes relacionadas ao coração no mundo.

Para se ter uma ideia da proximidade da questão, em Joinville, as doenças do sistema circulatório, que incluem infarto e acidente vascular cerebral (AVC), representaram 28% das 1,4 mil mortes informadas no município no primeiro semestre deste ano. A proporção fica pouco abaixo da média global, que corresponde em média a 31% do total de mortes registradas anualmente no planeta, vitimando prematuramente 17,5 milhões de pessoas todos os anos.

Os números tanto em âmbito local como no globo, apontam para a necessidade de ações com o intuito de evitar uma realidade projetada pela OMS em um futuro próximo, de 23 milhões de mortes anuais por doenças cardiovasculares em 2030. A ideia é de que, conseguindo atingir parcela significativa da população, as chances de acometimento e morte por doenças do coração possam ser reduzidas em 25% antes disso, até 2025, conforme meta da organização.

 

Por Luan Martendal

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