Política

Ministro Dias Toffoli mantém prefeito de Bom Retiro afastado do cargo

Político foi denunciado por usufruir de caminhonete doada pelo Ministério da Saúde ao município em benefício próprio.

Ministro Dias Toffoli mantém prefeito de Bom Retiro afastado do cargo Foto: ND Mais / Reprodução

 

O STF (Supremo Tribunal de Justiça) manteve o afastamento do prefeito de Bom Retiro, Vilmar Neckel (PP), de suas funções por 180 dias. O documento foi assinado pelo Ministro Dias Toffoli na tarde da última segunda-feira (18). O político foi denunciado pelo Ministério Público por improbidade administrativa.

Na ação civil ajuizada pelo promotor de Justiça Francisco Ribeiro Soares, o MP apontou que o prefeito usava uma caminhonete doada pelo Ministério da Saúde como veículo oficial. O carro, no entanto, deveria servir para ações de melhoria de indicadores epidemiológicos. 

Segundo o Ministério Público, Neckel também ocupava o veículo para uso pessoal. Fotos anexadas no processo mostram o prefeito se locomovendo até a padaria e a bancos. 

Segundo o MP, o pedido para afastamento das funções ocorreu durante as investigações, pois o prefeito intimidou e coagiu testemunhas. Ele também teria contratando advogado para acompanhar depoimentos não autorizados durante o processo. 

Além de afastado do cargo, o prefeito está proibido de manter contato com as testemunhas e é obrigado a manter, no mínimo, 100 metros de distância dos prédios públicos municipais.

Em outubro, o Tribunal de Justiça já havia confirmado o afastamento de Neckel da prefeitura. No entanto, como a determinação era passível de recurso, o prefeito conseguiu recorrer no STF.

Na decisão, Toffoli citou a reincidência de Neckel na “prática de atos de improbidade e ilícitos penais”. O político responde a oito processos por improbidade e dois criminais. 

Nos autos, constam vídeos e fotos do veículo com identificação do poder público municipal estacionado na frente da casa do prefeito, órgãos públicos e estabelecimentos comerciais.

Além disso, consta que o veículo foi conduzido por ele fora do horário de expediente e em fins de semana. Durante o período em que o réu esteve em viagem, o carro ficou sem uso.

Contraponto

A reportagem tentou contato com dois advogados de Neckel na manhã desta quarta-feira, mas não obteve retorno.

 

Por Caroline Borges / ND Mais

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