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Suspeitos presos pela Polícia Federal por invasão de celular de Moro já foram detidos em SC

Um deles tentou se passar por policial civil dentro do parque Beto Carrero World em 2015

Suspeitos presos pela Polícia Federal por invasão de celular de Moro já foram detidos em SC Foto: Gabriel Lain/ Diário Catarinense

A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (23) uma operação para cumprir mandados de busca, apreensão e prisão temporária de pessoas que poderiam estar envolvidas na invasão de celulares do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Os nomes foram divulgados com exclusividade pelo portal A Cidade On, de Araraquara, interior de São Paulo, onde parte da operação foi realizada.

Gustavo Henrique Elias Santos, de 28 anos, que já trabalhou como DJ, foi preso em São Paulo, na Capital, junto da companheira, Suelen Priscila de Oliveira. Já Walter Delgatti Neto, mais conhecido como Vermelho, de 30 anos, não foi encontrado pela PF em Araraquara. Ele ainda é considerado foragido.

Os três, no entanto, se envolveram em uma confusão no ano de 2015, no parque Beto Carrero World, em Penha, Litoral Norte de Santa Catarina, conforme informações divulgadas pelo G1.

Walter teria tentado se passar por um membro da Polícia Civil de São Paulo dentro do parque, no mês de maio daquele ano. Os funcionários desconfiaram e chamaram a Polícia Militar, que flagrou que a carteira de policial civil era falsa, pois sequer tinha a identidade funcional. No carro dele ainda foram encontradas armas e munições. O suspeito foi então preso por falsidade ideológica.

Junto de Walter, segundo a reportagem do G1, estavam justamente Gustavo Henrique e Suelen Priscila. O casal na época foi ouvido na delegacia, mas liberado em seguida. Eles estavam hospedados em um hotel em Penha e no quarto deles não foi encontrado nada que pudesse os incriminar.

Operação da PF

Os mandados foram executados nas cidades de São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto. A autorização para as buscas e prisões foi dada pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.

O operação foi batizada de Spoofing, que significa, segundo a própria nota da PF, “falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é”. O objetivo é "desarticular organização criminosa que praticava crimes cibernéticos".

A PF já instaurou quatro inquéritos para investigar o vazamento de mensagens do celular do ministro da Justiça. Também será aberta investigação para apurar suposta invasão do celular do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Os investigadores trabalham com a hipótese de uma ação orquestrada, informou ainda a reportagem do G1.

Defesa

Um dos presos na operação da PF desta terça, Gustavo Henrique Elias Santos, já respondeu a processo sob acusação de porte ilegal de arma. A prisão de Santos surpreendeu sua família. A mãe, Marta Elias Santos, foi entrevistada pelo jornal Folha de São Paulo.

— Estou chocada, estou tremendo, tenho certeza que meu filho não está envolvido nisso, não. Eu acho que foi um erro tamanho — disse à Folha na noite desta terça.

O advogado de Santos, Ariovaldo Moreira, disse que conhece o rapaz há anos e nunca soube de envolvimento dele com atividades de hackers.

— Eu, particularmente, não acredito, pelo que conheço meu cliente, que ele esteja envolvido nessa questão daquelas mensagens do ministro com o procurador — afirmou o advogado.

A defesa de Walter Delgatti Neto ainda não foi encontrada.

A reportagem da Folha apurou que a PF chegou aos suspeitos por meio da perícia criminal federal, que conseguiu rastrear os sinais dos ataques aos telefones. Para investigadores, o grau de capacidade técnica dos hackers não era alto. A investigação ainda não teria estabelecido com exatidão se o grupo investigado tem ligação com o pacote de mensagens dos procuradores da Lava Jato obtido e divulgado pelo site The Intercept Brasil.

Por NSC Total

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