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Ex-chefe da Casa Civil nega participação em “pedágio” após ser alvo de operação da PF

Amandio João da Silva Júnior negou envolvimento no escândalo da compra dos respiradores por parte do governo do Estado.

Ex-chefe da Casa Civil nega participação em “pedágio” após ser alvo de operação da PF Ex-secretário da Casa Civil Amandio João da Silva Junior – Foto: Cristiano Estrela/Secom/Divulgação

O ex-secretário da Casa Civil, Amandio João da Silva, se defendeu, por meio de nota, depois de ser alvo da Operação Pleumon, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira (30).

Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão onde o também empresário foi alvo. A ação é assinada pelo ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), e diz respeito a investigação sobre a compra dos 200 respiradores pulmonares, efetuada pelo governo de Santa Catarina junto a empresa fluminense Veigamed.

O valor da compra, com dispensa de licitação, foi de R$33 milhões. Somente 50 aparelhos chegaram em Santa Catarina sendo que, conforme periciado, não continham os requisitos para o devido uso.

Amandio João esteve a frente da Casa Civil por menos de 45 dias, depois de substituir Douglas Borba, preso na Operação Oxigênio, deflagrada ainda sob os cuidados do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas).

 

“Presunções e não fatos verídicos”

Para o empresário Amandio João Júnior, o fato de não ter sido incluído no relatório elaborado pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Respiradores, mostra que foi suficiente para “evidenciar a inexistência de qualquer ato ilícito relativo” a sua pessoa.

“A busca por culpados pelo “escândalo dos respiradores” começou na Assembleia Legislativa de nosso estado, para a qual os esclarecimentos que prestei há meses atrás foram suficientes para evidenciar a inexistência de qualquer ato ilícito relativo a minha pessoa, o que justifica a minha ausência do rol de 13 pessoas acusadas pela CPI”.

Ainda de acordo com a nota, o empresário entende que o ministro Benedito Gonçalves “na busca por culpados a qualquer custo” baseou-se em conversas “descontextualizadas”.

Para Amandio, ao ser interrogado na comissão presidida pelo Sargento Lima (PSL), todos os seus esclarecimentos foram prestados e, assim, não há muito mais o que acrescentar.

Por fim, Amandio ainda lembra que esteve “fora do governo” durante o período de compra dos respiradores. Sua atuação no governo, ainda de acordo com o ofício, foi com a intenção de “colaborar na superação da crise gerada”.

 

Confira a nota, na íntegra

Amandio João da Silva Júnior, empresário e ex-secretário da Casa Civil do Estado de Santa Catarina, tendo sido alvo de medida deflagrada pelo Superior Tribunal de Justiça em face do cargo que ocupava, venho a público esclarecer:

– que a busca por culpados pelo “escândalo dos respiradores” começou na Assembleia Legislativa de nosso estado, para a qual os esclarecimentos que prestei há meses atrás foram suficientes para evidenciar a inexistência de qualquer ato ilícito relativo a minha pessoa, o que justifica a minha ausência do rol de 13 pessoas acusadas pela CPI;

– que a análise da procuradoria da república que motivou a decisão do Exmo. Ministro do STJ insiste na busca de culpados a qualquer custo e, lamentavelmente, baseou-se exclusivamente em conversas descontextualizadas e desprezando os diversos depoimentos já colhidos pela referida CPI, culminando por adotar presunções já afastadas por essa última;

– que a insinuação da cobrança de um “pedágio” de 3% foi extraída de determinada conversa de empresários que não identificam o destinatário do suposto pedido, sendo calunioso o direcionamento desta solicitação à minha pessoa posto que NUNCA fiz qualquer solicitação de tal espécie, seja como Secretário Adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, seja como Secretário da Casa Civil. Estava fora do governo durante todo o período da compra dos respiradores, e retornei com o intuito de colaborar na superação da crise gerada. Assim, me afastei do governo quando essas mesmas insinuações foram utilizadas para fomentar a crise que objetivava superar, e ao mesmo tempo macular toda a minha trajetória junto à diversas entidades ligadas ao associativismo catarinense. Preferi me recolher para preservar meus familiares em momento difícil, e para não permitir que presunções e insinuações fossem utilizadas em detrimento de um governo que busca modificar décadas de leniência com a máquina pública.

Todavia, o afastamento não pode virar silêncio que convalide inverdades. O entendimento que motivou a medida cautelar é decorrente de presunções, e não de fatos verídicos”.

 

Por Redação ND, Florianópolis

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