O julgamento que pode encerrar o caso envolvendo o assassinato de três pessoas da mesma família em Alfredo Wagner, pode ocorrer fora do Fórum da Comarca de Bom Retiro.
Segundo o judiciário, o espaço que normalmente abriga as sessões pode não ter as metragens necessárias que respeitem as novas medidas contra a propagação da Covid-19. O júri popular está marcado para 27 de agosto.
Segundo o juiz responsável pela sentença, Edison Alvanir Anjos de Oliveira Júnior, um espaço dentro da Escola de Ensino Médio Valmir Marques Nunes, está sendo estudado.
“Tem que ser um lugar arejado e que respeite as normas sanitárias. O judiciário é bem firme nesta questão”, afirmou o juiz.
Cerca de 14 pessoas, entre o acusado Arno Cabral, advogados, promotor e sete membros do júri, devem participar da sessão marcada para as 9h. O julgamento será fechado, sem plateia ou presença de familiares.
O júri também não será transmitido pela internet. O caso segue sob sigilo, após pedido da defesa.
Júri foi adiado três vezes
De acordo com o juiz, desde quando o crime ocorreu, em 9 de agosto, a data do júri popular foi adiada três vezes. O motivo da mudança teria sido os cinco recursos impetrados pela defesa do acusado. Há ainda um recurso no STF (Superior Tribunal Federal), que não impede que a sessão ocorra.
“A morosidade não se deu pelo judiciário, que se preocupa muito com o réu”, destacou o juiz Edison. Arno está preso desde o dia do crime. A primeira data para o julgamento havia sido determinada dois meses após o fato, em outubro do ano passado.
O comerciante, que se declara inocente, foi acusado de matar Carlos Alberto Tuneu, 67 anos, sua esposa Loraci Matthes, 50, e o filho do casal, Mateo Tuneu, 8. Após o crime, o homem, nascido na Argentina, foi encontrado cerca de um quilômetro da propriedade rural onde morava a família. Já mulher e a criança estavam dentro da casa.
O crime chocou a cidade de pouco mais de 6,5 mil habitantes e teria ocorrido por conta de uma dívida envolvendo criação de gado. Segundo as investigações, Arno estaria devendo dinheiro para o Argentino, que o teria ameaçado caso não pagasse parte do valor até o dia em que ocorreu o crime.
Contraponto
A defesa de Arno informou que “está pronta para o julgamento, e apresentará provas suficientes que demonstrarão a inocência” do cliente. Segundo os advogados Bruno Ribeiro da Silva, Diego Rossi Moretti e Jonas de Oliveira, novas informações darão “um novo norte às investigações, com a revelação da identidade de um novo suspeito e provável autor do crime”.
Por Redação ND, Florianópolis
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