Vinte e dois trabalhadores foram resgatados por condições análogas à de escravos no município de Bom Retiro, na Serra catarinense. Eles faziam a colheita de cebola para produtores da região e estavam alojados numa casa de três quartos sem fornecimento de água potável, com instalações sanitárias em condições precárias, e acúmulo de lixo.
A operação de resgate foi iniciada no dia 30 de novembro, executada por auditores-fiscais do Trabalho, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF-SC).
Alojamento estava com condições precárias de higiene e conforto (Foto: Divulgação/STR-SC)
Conforme a Superintendência Regional do Trabalho (SRT), as vítimas tinham sido recrutadas no Piauí para prestar serviços a produtores de cebola. Elas foram transportadas sem prévia comunicação ao Ministério do Trabalho e sem registro em carteira de trabalho. Para a SRTE, isso configura, em tese, crime de aliciamento, previsto no Código Penal.
Os trabalhadores foram levados a um hotel na região e deverão receber o pagamento das verbas rescisórias, emissão de guias de seguro-desemprego. Depois, vão retornar ao local de origem. O G1 não conseguiu contato com a SRT para mais informações sobre o caso.
Acúmulo de lixo em alojamento onde estavam trabalhadores resgatados em SC. — Foto: Divulgação/SRT-SC
Alojamento
Além das condições precárias de higiene e conforto, a casa tinha ainda problemas de infiltração. A água da chuva invadia os cômodos e se misturava ao lixo acumulado, atingindo os colchões improvisados e pertences dos trabalhadores.
Casa onde funcionários estavam em SC tinha infiltrações (Foto: Divulgação/SRT-SC)
Denúncias
Os auditores-fiscais receberam informações de que há outros aliciadores na região e relatos de que trabalhadores estariam sendo pagos com drogas, especialmente crack. As denúncias serão investigadas e informadas às autoridades competentes para apuração.
Por G1SC