Agricultura

Produtores torcem para frio continuar e garantir boa produção de maçãs na Serra catarinense

Pomares precisam de 800 horas de frio abaixo de 7ºC até setembro. Nesse ano as horas contabilizadas não chegaram ainda a 200.

Produtores torcem para frio continuar e garantir boa produção de maçãs na Serra catarinense Foto: Casa do Turista/Divulgação

Os produtores de São Joaquim estão torcendo para o frio dos últimos dias continuar para ajudar a produção de maçãs na Serra catarinense neste ano. As baixas temperaturas do inverno é que garantem uma boa colheita de maçã no verão.

Os pomares precisam registrar até setembro aproximadamente 800 horas de frio abaixo dos 7ºC. Dias de temperaturas negativas e geada ajudam na chamada "quebra da dormência", que é quando os brotos começam a nascer, garantem os produtores.

"Nós estávamos apreensivos até o final do mês de junho em função das baixas unidade de frio e agora, no início de julho, veio um frio bastante rigoroso aí. E tem propiciado o que a gente esperava, que é a queda natural das folhas para que a planta acumule as reservas, possa brotar e cumprir esse período de quebra de dormência", disse o produtor Marciano Marques Bittencourt.

Nesta época os pomares de São Joaquim estão sem nada de fruta. É um período em que macieiras precisam de frio para que as frutas tenham qualidade e quantidade.

Mas o frio ainda não tem sido o suficiente para esse processo que os pomares estão passando. Para se ter uma ideia, a média histórica de frio nessa época é de 451 horas. Neste ano, as horas contabilizadas não chegaram a 200.

Isso deve atrasar a brotação e, consequentemente, a colheita, conforme a pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Mariucha Schlichting de Martin.

"Nós temos bastante impactos da falta de frio pra maçã. Primeiro deles é a deficiência da brotação, ela vai ser bastante prejudicada. Normalmente mais tardia, mais desuniforme. Da mesma forma a florada normalmente ela acaba sendo bem mais desuniforme, de menor qualidade. Geralmente acaba ocorrendo uma redução bem significativa na produção. Redução de frutas bem menores em safras que nós temos deficiência de frio", disse a pesquisadora.

Ainda é cedo para dizer como deve ser a produção de maçã da próxima safra. A colheita só ocorre em fevereiro. Por enquanto, os produtores torcem para que o frio faça a parte dele.

"Acredito que no final do mês de agosto a gente já tenha a soma de todas as horas de frio e aí no início de setembro, quando tem o início da brotação, a florada, e aí a gente tem exatamente a qualidade que ela está brotando. A quantidade que ela está vindo e a necessidade até de usar produtos pra quebra de dormência, só nesse período que a gente vai saber", fala Marciano.

Por G1SC

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