Agricultura

Produtores de cebola no Alto Vale encontram dificuldades para comercialização

Perdas foram significativas por conta de doenças e granizo.

Produtores de cebola no Alto Vale encontram dificuldades para comercialização Foto: Divulgação / Reprodução DAV

 

Um dos produtos mais utilizados na cozinha brasileira está passando por tempos difíceis em Santa Catarina. A cebola, fonte de renda para várias famílias do Alto Vale, está em fase de comercialização, mas os preços não estão sendo atrativos. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Cebola de Santa Catarina (Aprocesc) Jelson Gesser, o preço não tem ultrapassado os R$ 0,80, e assim quase não supre o custo de produção, estimado em R$ 0,60 por quilo, segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

Além do baixo preço, a incidência de doenças como o míldio e o mofo preto, a presença de pragas, o excesso de chuvas na produção de mudas, outono e inverno mais quentes, e uma primavera marcada pela estiagem afetaram a região e o mau tempo durante parte do ciclo foram percalços durante a produção. Jelson, que também é produtor de cebola em Aurora, explica que quando a produtividade é boa, um hectare de cebola rende pelo menos 30 mil quilos, podendo até chegar em 40 mil. A lavoura dele foi atingida pelo granizo no fim de 2019 e agora a previsão é de que o rendimento não ultrapasse cinco mil quilos por hectare.

“Temos muitos produtores nessa situação, que perderam praticamente tudo. Em Aurora, Atalanta, Imbuia, Ituporanga e Petrolândia, por exemplo”, comenta.

A expectativa da Aprocesc para a safra 2019/2020 era de que o Estado produzisse, ao menos, 410 mil toneladas de cebola. Depois de todas as intempéries, esse número baixou significativamente para 350 mil toneladas. No Alto Vale, os números ainda não são precisos, mas a queda deve ser de pelo menos 25%.

A safra está em fase final de comercialização. De acordo com o presidente da Aprocesc, aqui no Alto Vale, pelo menos 35% do produto já foi comercializado. Ele afirma que o número é baixo, já que os cebolicultores estão na espera de melhoras no preço para venderem o bulbo.

“A expectativa é de que o valor suba um pouco. Muitos produtores aguardam até o fim de março ou pelo mês de abril, esperando por preços maiores. Acredito que isso não vai acontecer, já que o Nordeste, que também é um grande produtor, começa a comercializar a sua segunda safra e os valores tendem a baixar novamente”, explica.

 

Safra 2020-2021

Mesmo em fase de comercialização, os produtores de cebola já começam a pensar na próxima safra, que inicia em alguns locais no mês de março, com a preparação das mudas. De acordo com Gesser, a área plantada no ciclo que está por vir deve ser basicamente a mesma em Santa Catarina, que responde por pelo menos um quatro da produção nacional, com uma variação que pode chegar a 5%, para mais ou para menos.

 

Por Luana Abreu

Diário do Alto Vale 

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