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333,867 hectares da Mata Atlântica já foram destruídos só em 2021

333,867 hectares da Mata Atlântica já foram destruídos só em 2021

 

Num momento em que se fala mundialmente da importância das florestas e do impacto que elas têm sobre o clima no planeta e relação com catástrofes naturais, o Alto Vale, que já viveu inúmeras tragédias, segue sendo um exemplo negativo de desmatamento. Somente neste ano a Polícia Militar Ambiental já constatou a destruição de 333,867 hectares da Mata Atlântica o que gerou mais de R$ 1 milhão em multas. O número não oficial pode ser muito maior já que as fiscalizações continuam acontecendo.

Segundo o comandante do 3° Pelotão da PM Ambiental de Rio do Sul, Charles de Souza, de janeiro a 30 de setembro, a corporação já atendeu 48 alertas da Operação Mata Atlântica, que apontam possíveis áreas de desmatamento. “Isso nos 28 municípios do Alto Vale do Itajaí, mais Leoberto Leal, que faz parte da área de atuação do nosso Pelotão e foram constatados durante o ano uma destruição de 333,867 hectares de Mata Atlântica. É um dado preocupante porque um campo de futebol oficial tem uma área de cerca de um hectare, então tivemos quase 334 campos de futebol desmatados”, comenta.

Questionado onde o desmatamento estaria ocorrendo com mais frequência Souza cita alguns municípios. “Pudemos observar que a supressão de vegetação nativa de forma ilegal ocorre mais nas regiões de Santa Terezinha, Taió e Rio do Campo”, revela.

Desse total em muitas das fiscalizações o crime ambiental foi constatado e o responsável autuado. Neste ano foram 47 multas por desmatamento que somaram R$ 1.002.135,00. Segundo a Polícia Militar Ambiental, a principal irregularidade foi o corte não autorizado de mata nativa para o cultivo agrícola no terreno.

 

Tecnologia auxilia na fiscalização

A fiscalização utiliza o Atlas da Mata Atlântica desenvolvido pela SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sistema que monitora a situação do desmatamento em todos os municípios do bioma, com uso de imagens de satélite.

A partir de 2019, também passou a ser utilizada a Plataforma MapBiomas Alerta, um programa de alertas e emissão de relatórios de constatação de desmatamento que usa tecnologias de monitoramento e tratamento de dados desenvolvido pelo projeto MapBiomas, iniciativa multi-institucional que une universidades, empresas de tecnologia e organizações não governamentais que realizam o mapeamento anual da cobertura e do uso do solo no Brasil.

A ferramenta possibilita a obtenção de imagens de satélite em alta resolução para a constatação de desmatamentos recentes. A partir do Atlas e do MapBiomas, foram definidos diversos polígonos de desmatamento a serem fiscalizados durante a operação. É esse sistema que possibilita a fiscalização remota, sem a necessidade de vistoria em campo, dada a precisão dos dados fornecidos pelos sistemas de monitoramento via satélite. Os dados obtidos a partir das imagens são cruzados com o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural e outros sistemas, identificando-se assim os proprietários dos terrenos. Isso, somado à análise histórica de imagens de satélite, viabiliza em muitos casos a lavratura de autos de infração e termos de embargo por via remota. O comandante explica que na região, depois dos alertas, inicialmente a fiscalização é feita com a ajuda de um drone que faz as imagens áreas para levantamento da área e depois a verificação é feita pessoalmente pelos policiais para constatação do crime e posterior autuação.

 

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