Trânsito

Recuperação na BR-470 segue lenta no Alto Vale

Reconstrução de pista no Km 169 demorou quatro anos para ser feita e trânsito ainda não foi liberado no local.

Recuperação na BR-470 segue lenta no Alto Vale Passagem ainda não está totalmente liberada em Pouso Redondo (Foto: Patrick Rodrigues / Agencia RBS)

Onde antes se via um buraco enorme hoje se enxerga uma nova pista. Após ficar quatro anos aberta, a cratera do Km 169 da BR-470 já não existe mais. Mesmo assim a passagem ainda não está totalmente liberada no trecho de Pouso Redondo, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) em Santa Catarina. 

Quem mora perto do local que desmoronou após as chuvas de 2011 garante que nesses quatro anos em que o buraco ficou aberto e até mesmo depois da reconstrução da pista, há menos de dois meses, muitos acidentes ocorreram ali. Da casa do tio, localizada há poucos metros da estrada, Fábio Alexandro Maçaneiro presenciou algumas colisões e acolheu alguns acidentados.

— Um dia estava chovendo e só escutei um grito de uma mulher, fomos correndo ajudar e quando chegamos lá a passageira havia se assustado, pois com o desvio que há ali o caminhão foi na direção do carro que vinha na outra pista. Outro dia, um caminhão levou as placas de sinalização, daí a empresa voltou para arrumar. Antes disso, tinham abandonado o canteiro e deixaram tudo aí — conta, ao mostrar restos de madeira e até um banheiro químico perto do trecho que esteve em obra. 

De acordo com a assessoria de imprensa do DNIT, a empresa finalizou a reconstrução da pista, mas antes de liberar o trânsito no local é preciso garantir a segurança dos motoristas com a sinalização adequada. Como o trabalho depende das condições do tempo, ainda não há prazo para que os veículos possam passar pelo trecho.

Além de garantir a manutenção da rodovia (confira a tabela com pontos de atenção), uma das promessas antigas do governo federal é a duplicação da BR-470, algo que, no Alto Vale, ainda não saiu do papel, ressalta o secretário-executivo da Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi), Agostinho Senem.

— A recuperação e a duplicação da 470 são uma preocupação constante da Amavi, mas não sabemos mais a quem recorrer para lutar por isso. Tudo ocorre a passos lentos e enquanto isso os acidentes continuam.

Trecho no Alto Vale já teve sete mortes em 2016

De acordo com um levantamento feito pelo Santa, sete mortes ocorreram no trecho do Alto Vale apenas neste ano, o que representa 25% do número de óbitos registrados na rodovia - que atualmente é de 28. A última morte ocorreu domingo à noite no Km 128,6, em Lontras.

O representante da Amavi destaca que toda a rodovia passa por problemas constantes de manutenção e que algumas mudanças, como obras de acesso e a melhoria da pista em alguns trechos, são prometidas há anos. 

— Há quatro, cinco anos esperamos obras em trevos que o DNIT faria e manutenção de trechos específicos como nas serras, mas até agora nada disso sair. O que mais acontece é que após acidentes, eles simplesmente colocam uma sinalização rodoviária de 50 km/h, em uma rodovia que foi feita para andar a 80km/h. Isso que tem que ser discutido, cada vez o cidadão paga mais e não recebe melhorias em troca — reclama Senem.

O supervisor do DNIT no Alto Vale, Yuri Mourão, não foi localizado pela reportagem até o fechamento desta edição para falar sobre a manutenção na rodovia federal.

Um deslizamento depois das chuvas de 2011 causou o buraco que fica no sentido Pouso Redondo-Rio do Sul. Como existem três pistas no local, o tráfego foi desviado para as outras duas. Após quatro anos, a obra de recuperação foi feita, mas ainda é preciso finalizar a sinalização para liberar o trânsito no local.

Em outubro do ano passado, o buraco com cerca de seis metros de profundidade surgiu na BR-470. O local passou por reparos, mas a rodovia ainda apresenta rachaduras no acostamento e em uma das pistas.

Uma queda de barreira interrompeu o trânsito de veículos semana passada em Ibirama. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Rio do Sul, o desmoronamento foi registrado por volta das 11h entre os Kms 113 e 114, próximo à Usina Hidrelétrica Salto Pilão.

Na quinta-feira operários da empresa Setep trabalhavam no trevo de acesso de Agronômica. Segundo eles, aquela equipe de trabalho teria iniciado o serviço na terça-feira.

Jornal de Santa Catarina 

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