Trânsito

MPF investiga queda de barreira na BR-470 em Ibirama

MPF investiga queda de barreira na BR-470 em Ibirama  Foto: DAV / Divulgação

Graças a Deus nós conseguimos fazer com que a comunidade acordasse, porque infelizmente tem alguns que estão querendo colocar panos quentes”. Com essa frase o coordenador da Defesa Civil de Ibirama, Fernando Jost, demonstra a preocupação com um trecho na BR-470 próximo à Usina Salto Pilão, que tem apresentado constantes desmoronamentos. Na última sexta-feira o Ministério Público Federal (MPF) de Rio do Sul abriu inquérito para apurar as causas do deslizamento registrado no dia 31 de maio, que obstruiu a rodovia no Km 113 por cerca de oito horas. A investigação vai investigar se na as obras de gás natural estão relacionadas com o incidente.

Segundo nota oficial do MPF, a procuradora da República Lucyana Marina Pepe Affonso, solicitará ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás), informações que incluem histórico de deslizamentos desde agosto de 2014, acompanhamento técnico da obra, intervenções físicas realizadas no local e as licenças ambientais obtidas pela distribuidora de gás para execução da obra.

Já a SCGás se manifestou através da assessoria de imprensa dizendo que irá contribuir com todas as informações necessárias para auxiliar na apuração do inquérito dentro do prazo. “O entendimento da Companhia é que o incidente não teve relação com as obras de gás natural, já que a empresa responsável pelas obras no lote entre Ibirama e Lontras (Km 112 a 128) finalizou o trecho no mês de março de 2016 e desde a data não foi realizado nenhum outro trabalho no local”.

Eles ainda dizem que em análise de relatório elaborado pela Defesa Civil de Ibirama com data de 22 de julho de 2015, há histórico de queda de barreiras no Km 113 antes da instalação da rede de gás natural. “Logo, no entendimento da SCGás não há relação dos deslizamentos relatados com as obras de gás natural, pois os trabalhos no lote começaram em dezembro 2014”.

Já o coordenador da Defesa Civil de Ibirama, Fernando Jost, conta que há bastante tempo que a área é monitorada e que algumas vezes há a necessidade de fazer retirada de algum material, pedra ou árvore que caiu na pista, mas que nunca foi tão frequente como tem sido agora. “Antes eu me preocupava com determinados bairros do município que agora estão mapeados com algumas áreas de monitoramento e áreas de risco, mas hoje a primeira coisa que tenho que fazer quando chego é ir para a BR-470, Não precisa ser engenheiro para ver que a situação é complicada”, disse Jost.

Ele afirma que a Defesa Civil de Ibirama tem um material para ser estudado com relação ao trecho, documentação de laudos, ocorrências e relatórios fotográficos. Jost afirma que um informativo já foi enviado para a Defesa Civil Estadual e Federal.

O coordenador diz que além do constante risco de deslizamento identificado atualmente, tem a preocupação com a desatenção de motoristas que trafegam pelo local e que podem ser surpreendidos por material na pista, o que pode ocasionar acidentes. “É preciso ter muita cautela, porque com certeza naquele trecho pode haver mais movimentação de terra ou pedras sobre a pista”, comentou.

Jost ainda diz que está preocupado com o descaso das autoridades com relação ao local, e que este é um momento de unir forças para resolver o problema antes que o pior aconteça e alguém possa ficar ferido. “Não queremos apontar culpados, o dano já está feito, seja por ação do homem ou desastre natural, mas agora é preciso tomar uma atitude, depois se acertam os ponteiros”, disse.

Para ele, o trabalho que já foi realizado tem ajudado a conter a situação, mas é preciso traçar um plano de resolver definitivamente os problemas da rodovia, não somente de forma paliativa. “Precisamos reunir as pessoas que entendem do assunto em uma mesa, alguém que conheça o local, alguém que saiba de geologia, sobre contenção, e montar uma equipe de trabalho que a partir daí vai elaborar uma instrução normativa. Mas nós queremos que técnicos façam no mínimo um mapeamento e um estudo daquela área. No meu ponto de vista isso já demorou demais”, finalizou.

A SCGás reforçou em nota que segue todas as normas e especificações para a construção e montagem dos gasodutos, e que está disponível para esclarecimentos.

Julieti P. Largura / DAV

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