Saúde

Alto Vale é área de risco para febre amarela

Com morte de macaco em Indaial e homem em Itaiópolis, há indícios de que o vírus já esteja circulando na região

Alto Vale é área de risco para febre amarela Foto: Arquivo DAV

O Alto Vale já é considerado uma área de risco iminente para febre amarela e há indícios de que o vírus já esteja circulando na região. O alerta das autoridades foi emitido após registros da morte de um macaco pela doença em Indaial e também a morte de um homem em Itaiópolis, cidades próximas e que seriam possíveis entradas do vírus para a região.

De acordo com a responsável pelo setor de imunização da Gerência Regional de Saúde de Rio do Sul, Josiane Verdi Schaade, o Alto Vale já é área de recomendação vacinal desde novembro, o que aconteceu agora é que com a morte do macaco em Indaial e com a morte da segunda pessoa por febre amarela no estado, a região acabou se tornando uma área de risco iminente. “A gente já está com indícios de que o vírus esteja em nossa região. Itaiópolis faz divisa com Santa Terezinha e Indaial fica próximo à Ibirama, então a gente tem indícios de que o vírus está entrando de Indaial por

Ibirama e de Itaiópolis por Santa Terezinha, Rio do Campo e Salete. O risco está rodeando a gente”.
Segundo ela, o Estado preconizou que seja feita a vacinação de casa em casa em toda a área próxima à mata no Alto Vale. “As vacinadoras vão sair e passar de casa em casa nas áreas rurais, que estejam a pelo menos 800 metros ao redor da mata. Isso representa em nossa região, uma vacinação quase que de todas as residências nos interiores dos municípios. Então será feito uma varredura para ver quem ainda não tem a vacinação em dia em todo o Alto Vale”, revela.

Josiane disse ainda que cada município precisa organizar a sua própria estratégia de vacinação e que é importante que a população comunique caso perceba a morte de macacos porque os primatas não são transmissores da doença, mas são vítimas e sinalizam a circulação do vírus na região. “Por isso, ao encontrar um macaco doente ou morto a gente deve ser comunicado imediatamente, para que sejam realizados os exames, porque ele é nosso sinalizador para detectar em que cidades que o vírus está circulando”.

Em Ibirama, cidade do Alto Vale mais próxima à Indaial, mais uma ação de vacinação se inicia hoje (17) e segue até o dia 31. De acordo com a secretária de Saúde, Izabel Petersen, a campanha será ampliada para todas as unidades periféricas, pois a vacinação pode ser feita por enfermeiros.

“As pessoas precisam tomar a vacina, pois é a forma mais segura de evitar que esta doença se espalhe. A gente teve uma reunião ontem à tarde e fizemos panfletos para entregar de casa em casa, para que eles venham nas unidades se vacinarem, como a vacina pode ser aplicada por enfermeiros, nós vamos fazer em todas as unidades periféricas também. Aí nós vamos ver durante esta campanha, se a gente vai ter a adesão das pessoas, senão a gente vai pensar em outra estratégia para imunizar essa população”.

Mortes em SC

O primeiro óbito confirmado em humanos por febre amarela foi no dia 12 de março em um paciente, de 36 anos, não vacinado, residente em Joinville. Santa Catarina não registrava casos de febre amarela em humanos desde 1966. O segundo foi um homem, de 40 anos, residente em Itaiópolis, também não vacinado e que morreu no dia 29 de junho.

No começo de abril, a Dive/SC confirmou a primeira morte de macaco por febre amarela no estado. O bugio foi encontrado morto no dia 20 de março em uma área de mata no município de Garuva. Já o registro do segundo macaco morto pela doença aconteceu em junho, em Pirabeiraba, em Joinville e o terceiro foi no município de Indaial, no Vale do Itajaí. O macaco era da espécie bugio e morreu no dia 31 de maio.

Santa Catarina já se tornou Área com Recomendação de Vacinação contra a febre amarela no segundo semestre de 2018. Desde então, as campanhas para vacinação contra a doença foram intensificadas com o objetivo de atingir a cobertura vacinal de 95% dentro do público-alvo. Até agora, o estado atingiu um índice de 74,15% da cobertura.

Por Diário do Alto Vale

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