Política

Prefeito de Lontras vai responder por improbidade

Ação Civil Pública investiga irregularidade na escolha de empresa que explorou espaços na Festa do Colono.

Prefeito de Lontras vai responder por improbidade Foto: Arquivo DAV

 

O prefeito de Lontras, Marcionei Hillesheim, e outros cinco servidores do Executivo se tornaram réus de uma Ação Civil Pública que apura atos de improbidade administrativa. A denúncia do Ministério Público é de que na Festa do Colono de 2017, a escolha da empresa que explorou a venda de estandes para expositores do evento foi realizada sem licitação e por isso o órgão pede a devolução do dinheiro investido.

De acordo com o processo, tanto o prefeito quanto os servidores Bárbara Torquato Luiz, Jaison Schulz e Thaysa Nayara da Rosa, que faziam parte da Comissão de Licitação, o Secretário de Planejamento, Geferson Roberto do Aragão, e a advogada do município, Danusa Petters Ferrari sabiam da ilegalidade, mas mesmo assim, decidiram promover o evento que contou com show nacional, bailes, desfile e feijoada gratuita.

A irregularidade estaria na forma de escolha da empresa que explorou o espaço público, já que a prefeitura utilizou a modalidade convite e não fez uma licitação de concorrência, o que seria o correto e exigido por lei para esse caso. A promotora, Débora Pereira Nicolazzi, argumenta ainda que o edital foi lançado poucos dias antes da abertura dos envelopes e até mesmo da realização da festa, que acabou sacontecendo entre os dias 22 a 25 de julho.

Outro apontamento do MP é de que uma das empresas foi convidada apenas no dia 5 de julho, o que não respeita o prazo legal de convite com no mínimo cinco dias úteis antes da abertura dos envelopes. Como nenhuma empresa demonstrou interesse e sem tempo de refazer o processo, a Comissão de Licitação declarou o certame deserto e anulou o edital, optando então pela contratação direta o que teria causado prejuízo aos cofres públicos. “Acontece que a referida licitação foi deserta por total negligência dos demandados”, argumentou a promotora.

O pedido do Ministério Público é de que os réus sejam condenados a reparar integralmente o valor de R$ 32.150,00 que seria o valor do prejuízo aos cofres públicos.

 

O que diz o prefeito?

Procurado pela reportagem o prefeito Marcionei Hillesheim disse que foi notificado nesta semana, mas está tranquilo de sua inocência. “Foi aberta a licitação mas não tivemos interessados, abrimos de novo e também não deu nenhuma empresa e a festa ia começar e já havíamos vendido os espaços. Algumas quiseram e pagaram e precisávamos realizar”, afirmou.

Ele alegou ainda que espera ser absolvido e que o caso seja encerrado sem o pagamento de nenhum valor, já que nunca utilizou o dinheiro público em seu benefício. “Ainda consigo deitar minha cabeça no travesseiro e dormir porque nunca peguei um centavo do dinheiro público em meu benefício”, conclui. A reportagem não conseguiu contato com os demais envolvidos.

 

Helena Marquardt

Diário do Alto Vale

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