Polícia

Quem é o empresário apontado pelo MP-SC como "mensageiro" da propina para prefeitos

Escândalo do lixo: operação do MP-SC já prendeu seis prefeitos desde dezembro

Quem é o empresário apontado pelo MP-SC como "mensageiro" da propina para prefeitos Valores apreendidos na operação Mensageiro, em dezembro de 2022 - Foto: Divulgação/MP-SC

 

As investigações da operação Mensageiro, que foca no escândalo do lixo em Santa Catarina, têm como ponto central a figura de um empresário. Altevir Seidel, ex-funcionário de uma empresa que presta serviços para as prefeituras investigadas pelo Ministério Público (MP-SC), foi o gerador do nome da operação. Em uma delação premiada, um dos prefeitos investigados afirmou que um "mensageiro" fazia a entrega de propina em dias e horários previamente estabelecidos.

Na delação, o prefeito disse que desconhecia o nome da pessoa. O contato deles seria rápido: o empresário chegava, deixava os valores e já se despedia. Os encontros ocorriam dentro de carros, por exemplo. Com o aprofundamento das investigações, o MP-SC descobriu que tratava-se de Altevir. Apesar de ter deixado a empresa investigada em 2013, ele ainda seria o responsável por fazer a entrega de valores para agentes públicos, conforme apurado pelos promotores.

Durante um ano e meio, o MP-SC acompanhou os movimentos do empresário. Com isso, há uma farta documentação que apontaria o envolvimento dele no esquema. Altevir está preso em Joinville desde dezembro, quando foi deflagrada a primeira fase da operação Mensageiro. Além dele, outras 19 pessoas também estão detidas dentro da investigação autorizada pelo Tribunal de Justiça (TJ-SC), incluindo seis prefeitos de diferentes regiões do Estado.

Diante do monitoramento feito em cada passo de Altevir é que o MP avançou sobre outros prefeitos, além daquele que havia delatado o suposto esquema envolvendo a prestação de serviço de coleta de lixo no Estado. Ainda se investiga quais deles efetivamente receberam propina. Durante as buscas e apreensões da primeira fase, em dezembro passado, os investigadores encontraram valores que seriam destinados a um dos prefeitos junto com uma caixa da empresa que está no centro da operação.

 

Contraponto

Apesar de o processo estar sob sigilo absoluto, a coluna apurou que a defesa de Altevir é feita pelo advogado Renato Boabaid. O defensor, entretanto, afirmou que não se manifestará porque o processo corre sob sigilo nível 5, que é o grau máximo de preservação das informações.

 

Por Ânderson Silva/NSC Total

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