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Delegacia de Polícia de Rio do Sul alerta para golpe na compra e venda de veículo na OLX

Delegacia de Polícia de Rio do Sul alerta para golpe na compra e venda de veículo na OLX Foto: Divulgação / Reprodução

 

Há algum tempo, a Delegacia de Polícia da Comarca de Rio do Sul divulgou que moradores da cidade foram vítimas do golpe na compra/venda de veículo na OLX. Nas últimas semanas, a Delegacia de Polícia verificou um número considerável de registros de boletim de ocorrência acerca dos fatos. Dessa forma, a Polícia Civil alerta e orienta novamente a população para evitar qualquer prejuízo.


O golpe, na verdade, é um crime de estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal, e da seguinte forma:


1- A pessoa interessada em vender o seu veículo posta um anúncio online em sites especializados de revenda;
2- O criminoso encontra esse anúncio, se apodera das fotos e posta um novo anúncio, geralmente no site da OLX. Nesse novo anúncio, no site da OLX, o veículo passa a ser ofertado pelo criminoso por um valor atrativo, um pouco abaixo do valor de tabela FIPE, e contendo o número de WhatsApp do criminoso, como se ele estivesse vendendo o veículo;
3- Uma pessoa interessada é atraída por esse anúncio do veículo no site da OLX e entra em contato pelo WhatsApp com o criminoso, solicitando maiores informações sobre veículo. O criminoso (normalmente agindo de modo extremamente atencioso, demonstrando fala muito bem articulada e logo, sem levantar nenhuma suspeita) presta todas as informações solicitadas pelo potencial comprador. Por fim, diz que está vendendo o veículo para o seu cunhado e/ou amigo em troca de uma comissão pela venda;
4- Temos, portanto, 3 (três) pessoas que estão envolvidas nestes fatos: o vendedor, o comprador e o golpista. Vale relembrar que vendedor e comprador são duas pessoas de boa-fé e ambos serão vítimas do golpe;
5 - À medida que a negociação com o golpista evolui, o comprador demonstra interesse em conhecer o veículo, solicitando ao golpista uma vistoria presencial, para que possa ser concretizada a compra caso o comprador goste do veículo. O golpista diz que irá agendar a visita do comprador com o seu cunhado e/ou amigo (o vendedor); Informa também que, no momento da vistoria, caso decida ficar com o veículo, o comprador deverá fazer o depósito bancário nas contas bancárias fornecidas pelo golpista (atenção: são contas bancárias de terceiros (laranjas), que não estão em nome do vendedor, nem do golpista);
6 – Para agendar a visita, o golpista estabelece um primeiro contato com verdadeiro vendedor pelo WhatsApp (nunca presencialmente) e, munido de documentos furtados ou documentos falsos, se apresenta como empresário ou como advogado, ou através de qualquer outra profissão que passe credibilidade (nesse momento o golpe pode tomar rumos distintos, a depender da história que o golpista contar ao verdadeiro vendedor). Na versão mais frequente, o golpista se apresenta ao vendedor como empresário e diz ter interesse no carro; diz que precisa fazer um acerto trabalhista com um ex-funcionário seu e que este ex-funcionário tem interesse em conhecer o carro pessoalmente e caso goste, ele (golpista) comprará o carro ao ex-funcionário como forma de pagamento do acerto trabalhista. (O ex-funcionário é na verdade o comprador, que quer vistoriar o veículo);
7- Para não ocorrer nenhuma suspeita por parte do comprador de que se trata de um crime, o golpista solicita ao comprador que, no momento da vistoria, não comente nada com o vendedor sobre o valor que ele irá pagar pelo veículo e que também não diga nada sobre o fato de o golpista ser cunhado e/ou amigo do vendedor – para justificar esta solicitação, o golpista normalmente inventa alguma história para o comprador do tipo: “meu cunhado tem uma dívida comigo, logo, do valor que você (comprador) me pagar, eu vou repassar só uma parte para ele” ou alguma outra história convincente. O comprador, muito interessado na compra, pois o veículo está muito barato, acaba acreditando no golpista;
8- De igual maneira, para não ocorrer nenhuma suspeita por parte do vendedor de que se trata de um crime, o golpista (que se passou por empresário) solicita ao vendedor que não trate de valores do veículo com o ex-funcionário dele que irá vistoriar o veículo; diz que o acordo trabalhista é um assunto dele (golpista) com seu ex-funcionário (comprador). Caso contrário, ele (golpista) não teria interesse na compra do veículo; diz ainda que, caso seu ex-funcionário goste do veículo no momento da vistoria, o vendedor poderia entregar as chaves ao seu ex-funcionário (comprador), pois ele (golpista) faria imediatamente um depósito do valor anunciado para a conta do vendedor;
9. ATENÇÃO: Nesse momento do golpe, o comprador está indo vistoriar o veículo achando que a pessoa que está com o carro (vendedor) é cunhado e/ou amigo da pessoa que está lhe vendendo (golpista). Por outro lado, o vendedor está achando que quem está indo vistoriar o seu carro é um ex-funcionário da pessoa que irá comprar o seu carro. (Nesse ponto, nenhum dos dois - nem vendedor nem comprador - sabem das versões que o golpista tem separadamente com cada um deles);
10. No momento do encontro e da vistoria do veículo, apenas comprador e o vendedor estarão presentes (o golpista comunica com ambos apenas pelo telefone e pelo WhatsApp e nunca é visto pessoalmente). E naquele instante, nem o comprador e nem o vendedor entram em detalhes sobre a terceira pessoa (golpista), pois ele assim solicitou separadamente a cada um deles;
11. Caso o comprador decida ficar com o veículo, ele imediatamente avisa ao golpista pelo telefone/WhatsApp que fará a compra, fazendo a transferência ali mesmo (pelo telefone celular) para a conta bancária que o golpista tinha lhe fornecido;
12. O golpista imediatamente entra em contato com o vendedor e diz que seu ex-funcionário gostou do carro e pede para aguardar 30 minutos que ele (golpista) fará o pagamento/depósito para a conta vendedor;
13. Comprador e vendedor ficam aguardando os 30 minutos;
14. O golpista deposita um ENVELOPE VAZIO na conta do vendedor, e lhe envia comprovante de depósito. Essas transações costumam ocorrer estrategicamente nas sextas-feiras e no fim de expediente do banco;
15. Nesse momento duas coisas podem ocorrer: OU o vendedor com muita boa-fé já entrega o veículo ao comprador e este vai embora para casa (ficando o vendedor sem veículo e sem o pagamento); OU o vendedor aguarda para ver se o depósito foi compensado e, ao notar que o envelope foi vazio e que o dinheiro não “caiu” em sua conta, não entrega o veículo ao comprador (e este fica sem o seu dinheiro transferido e sem o veículo);
16. Nesse momento, o golpe “perfeito” foi aplicado e o golpista bloqueia comprador e vendedor de seu WhatsApp e desaparece impune e sem nunca ter sido visto presencialmente.


CUIDADOS PARA NÃO SER VÍTIMA DE UM GOLPE


Não forneça informações pessoais;

Só passe informações além do anúncio de forma presencial;

Se alguém solicitar foto do documento ou informações do veículo, peça para que essa pessoa vá até você ou combine um local onde vocês possam se encontrar, não repasse informações pela internet;

Desconfie de ligações de intermediários;
Certifique se o nome da pessoa que consta no documento do veículo a ser vendido é o mesmo da pessoa que anunciou o carro;

Não faça transferências antes de ter qualquer contato presencial com a pessoa que está negociando o veículo;

Desconfie de veículos com valores muito abaixo dos de mercado, com anúncios tentadores;

Não faça nenhuma transferência bancária antes de ter qualquer segurança que aquele negócio está realmente sendo fechado.

Faça sua parte e colabore com a Polícia Civil, denuncie através do 181 ou (48) 98844-0011.

 

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