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Radar de R$ 10 milhões para prevenir desastres em SC operou por 24 dias em 2015

Radar de R$ 10 milhões para prevenir desastres em SC operou por 24 dias em 2015 Radar de R$ 10 milhões para prevenir desastres em SC operou por 24 dias em 2015 (Foto: James Tavares/Secom)

O radar meteorológico comprado por R$ 10 milhões pelo governo de Santa Catarina em 2014 não estava funcionando quando começaram as fortes chuvas no estado nesse final de semana. Comprado a fim de evitar que temporais e enchentes causassem danos severos à população, o aparelho funcionou sem falhas por apenas 24 dias neste ano.

O estado é castigado por fortes chuvas desde o final de semana. Somente nas últimas 48 horas choveu mais que o esperado para o mês inteiro em 45 cidades. Dez municípios entraram com pedido para que seja decretada situação de emergência. A Defesa Civil contabiliza até o momento 2.000 pessoas desabrigadas, oito feridas e duas mortes.

O radar foi comprado da empresa norte-americana Enterprise Electronics Corporation e instalado em Lontras, no Vale do Itajaí, em setembro do ano passado. Dia 19 de janeiro quebrou uma peça, que foi consertada após cinco meses de espera para agenda dos técnicos norte-americanos e liberação de seu visto. O aparelho voltou a funcionar no dia 9 de junho, mas apresentou problemas. No quinto dia de funcionamento o radar demonstrou algumas inconsistências: se chovia, registrava clima ensolarado, por exemplo. O fabricante orientou seu desligamento após o 20º dia de funcionamento.

Para o secretário de Estado da Defesa Civil, Milton Hobus, “é uma pena que o radar não esteja funcionando, pois é fundamental para prevenção eficiente em Santa Catarina”. Se as chuvas tivessem sido previstas pelo radar, ele teria emitido avisos para Epagri/Ciram, que é o órgão meteorológico do Estado, e para a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, que tomariam as decisões necessárias. Desde avisos à população, até isolamento de áreas de risco e evacuações.

Radar demorou cinco meses para ser consertado

O radar demorou cinco meses para ser consertado. Segundo o governo, a peça queimada precisou ser encomendada pela fabricante, pois estava indisponível no estoque e depois a visita precisou ser programada na agenda da empresa. Os consertos e visitas, no entanto, não geraram custos extras.

O radar possui 25 metros, está a 900 metros acima do nível do mar, e cobre 77% do Estado. A intenção do governo é comprar outros dois radares para cobertura integral do território, já que regiões como Xanxerê, que foi devastada por um tornado em abril deste ano estão fora do seu alcance.

Agora a expectativa é que a desconfiguração no programa seja corrigida e a tecnologia seja utilizada o quanto antes. “Temos algum problema operacional, mas cremos que esses técnicos irão identificar”, disse Hobus.

Em coletiva, o governador Raimundo Colombo disse que é preciso aguardar a fase de adaptação do sistema, que está se moldando à topografia e ao clima e acumulando memória meteorológica que será utilizada na sua reprogramação. A readaptação está prevista para a próxima semana, quando dois técnicos da empresa norte-americana irão a Lontras. Os técnicos deveriam ter chegado nessa segunda-feira, mas um problema nos vistos gerou o atraso.

Uol

 

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