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Morte da menina Ana Beatriz Schelter em Rio do Sul segue sem pistas e respostas

Morte da menina Ana Beatriz Schelter em Rio do Sul segue sem pistas e respostas

Ninguém sabe como foram os últimos momentos de Ana Beatriz Schelter, 12 anos. A menina saiu de casa para ir à escola por volta das 13h do dia 2 de março, mas desde aquela tarde a sala do 7º ano da escola Professor Henrique Silva Fontes tem uma carteira vazia. 

O caminho de cerca de um quilômetro que ela fazia de casa, às margens da BR-470, até o colégio foi interrompido naquela quarta-feira. Na manhã seguinte, seu corpo foi encontrado por um trabalhador em um contêiner de uma empresa de banheiro químico, com sinais de violência sexual. Uma corda no pescoço tentava forjar uma hipótese de suicídio. Mais tarde, exames apontariam que ela teria sido morta menos de uma hora depois de desaparecer.

Ninguém sabe como foram os últimos momentos de Ana Beatriz. A Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil de Rio do Sul ainda não tem nenhum sinal que possa levar a algum suspeito. No último dia 2, o caso completou seis meses sem pistas nem respostas. Os resultados dos exames deram todos negativos. Foram ouvidas cerca de 20 testemunhas, mas nenhum relato ajudou a apontar qualquer hipótese. O momento em que a menina desaparece é uma lacuna nos arquivos das câmeras de vigilância do trecho em que ela passava todo dia.

— Por enquanto ainda é um mistério. Estamos com o inquérito aberto esperando qualquer fato novo. Não queremos fechá-lo sem conclusões — resume o delegado Almir da Costa, da DIC de Rio do Sul.

Ninguém sabe como foram os últimos momentos de Ana Beatriz. Os pais, Ismael e Cláudia Schelter, vivem meses de abalo, agonia e espera. Quando fica difícil suportar, o pai visita o cemitério e chora sobre a lápide da filha mais velha. A caçula, Débora, de apenas dois anos, ainda chama pela irmã de quem foi afastada tão cedo. Há três meses, a família deixou a casa que morava, de tristes lembranças, e passou a residir em um imóvel no terreno da mãe de Ismael, a cerca de quatro quilômetros de distância, também em Rio do Sul. Tudo para tentar superar o que até agora é só incerteza.

— Os pais ainda estão muito abalados. Tudo isso é muito triste. Às vezes parece que o tempo está passando e estão esquecendo o caso. A gente queria ao menos o conforto de saber quem fez isso, até porque continuamos com medo — conta a avó paterna da menina, Salete Schelter.

Família e equipe que apura o caso se unem em volta de uma esperança capaz de trazer alguma luz às investigações e à vida dos familiares que ficaram. A de que alguém saiba como foram os últimos momentos de Ana Beatriz. E denuncie para que o sentimento de justiça acalme a dor da saudade.

Jornal de Santa Catarina 

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