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Mais nove trabalhadores em situação de escravidão são resgatados em Ituporanga, no Alto Vale

Eles estavam em uma plantação de cebola e tinham sido aliciados em uma pequena cidade no Maranhão.

Mais nove trabalhadores em situação de escravidão são resgatados em Ituporanga, no Alto Vale Foto: MPT, Divulgação

Mais nove trabalhadores em situação de escravidão foram resgatados em uma plantação de cebola em Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí. A força-tarefa que prestou apoio a essas pessoas ocorreu no último sábado (8) e foi formada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-SC) e pela Polícia Federal. Essa já foi a terceira vez que uma operação com esse objetivo ocorreu na cidade em menos de um mês.

Segundo o procurador Piero Menegazzi, esses trabalhadores haviam sido aliciados em Timbiras, no Maranhão, cidade de pouco mais de 30 mil habitantes. Com a promessa de trabalho em Santa Catarina e de uma vida melhor, 14 pessoas teriam aceitado o convite do produtor rural. Cinco já haviam sido resgatados no início deste mês de agosto, restando as nove que foram socorridas em situações deploráveis em uma fazendo no interior de Ituporanga.

Os trabalhadores, segundo o MPT-SC, eram expostos à condição precária de trabalho, não recebiam equipamentos de segurança para trabalhar na lavoura, eram transportados em caçambas de caminhões — algo totalmente irregular —, não tinham instalações sanitárias nos locais de trabalho e não haviam recebido qualquer salário até então. Pior: teriam sido forçados a assumir dívidas com o empregador para que pudessem receber alimentos e moradia.

Nenhum deles teve a Carteira de Trabalho assinada.

Por conta dessas irregularidades, o produtor rural que aliciou os maranhenses assinou um Termo de Ajuste de Conduta, se comprometeu a regularizar a situação trabalhista de todos, a fazer o pagamento dos salários, de custear o retorno deles à cidade de origem e também de indenizá-los por danos morais coletivos.

Essa nova operação do MPT-SC faz parte de uma intensificação das ações para coibir formas de exploração que colocam trabalhadores em situação de escravidão em SC. Há, conforme a procuradoria, problemas que envolvem tráfico de pessoas, atentado contra a dignidade e problemas sociais ligados ao aumento da pobreza, já que muitos não conseguem retornar à cidade natal por falta de recursos.

 

Por Augusto Ittner

Santa / NSC Total

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