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Ex-trabalhadores da Rovitex de Agrolândia querem reparação por demissão em massa

Sem nenhum aviso prévio e nem indícios de que a empresa passava por dificuldades, os trabalhadores foram surpreendidos pelo fechamento da unidade.

Ex-trabalhadores da Rovitex de Agrolândia querem reparação por demissão em massa Foto: Divulgação

O Sititev denunciou ao Ministério Público o fechamento e demissão em massa de cerca de 90 funcionários da Unidade da Rovitex em Agrolândia, por danos morais. No dia 4 de julho, o procurador do trabalho Lincoln Roberto Nobrega Cordeiro recebeu a denúncia e solicitou a presença da presidente do Sindicato e de representantes da empresa. Durante a reunião ficou definido que após dez dias, as partes deveriam apresentar ao MPT as possíveis soluções para minimizar o impacto social do fechamento da empresa.

Em busca de respostas, a diretoria do Sititev promoveu uma audiência com os ex-trabalhadores, na quarta-feira, 11 de julho. Durante o encontro representantes do Sindicato e trabalhadores relataram terem sido surpreendidos com o fechamento da empresa. “Não houve qualquer negociação ou ação da empresa anterior ao fechamento, o sindicato não foi comunicado de que a Unidade iria fechar. Os trabalhadores não estavam preparados para este fato, muitos assumiram compromissos financeiros, houve àqueles que deixaram o emprego em outras empresas e que iriam começar a trabalhar na Rovitex na semana em que ela foi fechada, foi uma irresponsabilidade e nós acreditamos que estes trabalhadores merecem ser ressarcidos, por isso estamos buscando uma indenização de três salários nominais, a cada um dos funcionários”, explica a presidente do Sititev, Zeli da Silva.

Na reunião, a presidente expôs a sugestão dos representantes da empresa de realocar os trabalhadores na unidade da Rovitex de Ituporanga, a proposta foi rejeitada por todos.

Os trabalhadores também foram ouvidos e falaram sobre a indignação pela falta de consideração dos representantes da empresa. Eles relataram que tinham confiança e respeito pela empresa e acreditavam na estabilidade já que aparentemente não havia problemas; inclusive no dia do fechamento, todos os trabalharam normalmente, organizaram e planejaram as atividades da semana seguinte, pois havia uma grande demanda de trabalho. Ao final do expediente a direção os reuniu e informou sobre o fechamento.

Para eles o argumento de que a unidade de Agrolândia não conseguia ser abastecida, não é real. Segundo uma das trabalhadoras, haviam 114 mostruários no dia em que a empresa foi fechada. Todos os grupos de trabalho estavam abastecidos, e inclusive havia material parado, o que era comum dentro da unidade. Eles contam ainda que no sistema da empresa era possível verificar que havia agendamento de entregas e demanda de serviço para as próximas semanas.

Entre os 90 desempregados, as histórias se repetem, são pessoas que trabalharam por anos na empresa e nunca tiveram qualquer informação de que havia a possibilidade de fechamento, outras que trabalhavam há poucos dias na empresa e que ficaram desempregados. “A impressão é de que a empresa em momento algum estava lidando com pessoas e famílias, o que demonstra indiferença e falta de sensibilidade, algo que nos preocupa muito. Não é a primeira vez que esta empresa faz isso, na primeira eles fecharam as portas e buscaram mão de obra barata em outro município; mas voltaram porque a mão de obra da nossa região é mais qualificada. Uma empresa desse porte deveria ter se planejado e preparado à equipe para um possível encerramento das atividades”, reflete Zeli.

A presidente do Sititev conta que representantes da empresa pediram tempo para realocar os ex-funcionários em empresas da região, mas que os trabalhadores não aceitam esperar por isso. “Não podemos esperar por isso, mesmo porque sabemos que o município não conta com tantas empresas assim. Por isso vamos lutar para conseguir uma indenização o mais breve possível”, ressalta Zeli.

O relatório da reunião foi encaminhado para o Ministério Público do Trabalho. O Sititev aguarda a manifestação do MPT para buscar uma reparação ao impacto destas demissões.

 

Por Josiane Fontana / Assessora de Imprensa

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