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Acusado de matar esposa no Alto Vale contrata o advogado que atuou no caso Eliza Samúdio

Acusado de matar esposa no Alto Vale contrata o advogado que atuou no caso Eliza Samúdio Foto: Arquivo Pessoal

 

O advogado que atuou no caso Eliza Samúdio, que terminou em condenação do goleiro Bruno, é um dos defensores contratados pelo empresário acusado de matar a esposa e ocultar o corpo dela em Agronômica, no Alto Vale. Vanisse Venturi sumiu em julho de 2020 e depois de muito mistério o suspeito foi identificado. A Justiça determinou que o homem vá a júri popular, mas ainda não há data para o julgamento.

Quando o Ministério Público apresentou denúncia contra o marido de Vanisse por feminicídio e ocultação de cadáver, em agosto de 2021, o homem tinha outro advogado. Desde o começo do ano, porém, trocou para a equipe de três defensores: Guilherme Ferreira, Marcos Zanuzo e Marco Alfredo Mejia. Este último conhecido por casos como o de Adélio Bispo e Eliza Samúdio, quando representou o "Bola", amigo do goleiro. 

Os dois crimes, de Elisa e Vanisse, têm em comum o fato dos cadáveres nunca terem sido encontrados. E é isso que a defesa de Isonir usa como principal justificativa para negar a existência do homicídio.

— Vamos tentar a nulidade. Não há corpo. O xis da questão é: será que matou? Ele nega veementemente. Era um casal que estava se separando, mas não houve agressão — garante Marco.

Para o Ministério Público, o marido matou a esposa porque não queria dividir os bens durante o divórcio litigioso. A investigação aponta que Vanisse foi morta depois das 18h de 22 de julho de 2020 no galpão da família, ao lado da casa onde o casal vivia com os dois filhos. O corpo, que nunca foi localizado, teria sido ocultado pelo irmão de Isonir. 

As apurações dão conta de que o crime ocorreu momentos depois do homem receber uma mensagem da advogada de Vanisse. Um vizinho viu os dois indo para o galpão por volta das 18h e meia hora depois só o homem deixou o local. O tênis que a mulher teria usado quando ia ao galpão foi encontrado pela polícia na casa da família, conforme o Ministério Público.

A ocultação do cadáver

Conforme as investigações, o marido recebeu a visita do cunhado, irmão da vítima, por volta das 19h20min, e disse que a esposa não estava em casa. Depois, diferentemente da rotina da família, ainda preparou o jantar para os filhos, alegando que a mãe estava no quarto, com a porta chaveada, por causa de dor de cabeça.

Perto das 22h, sem saber que era observado pelo filho mais novo, de 12 anos, o homem pegou uma lanterna e saiu da casa. Em seguida, foi visto por um vizinho entrando novamente no galpão. O objetivo, de acordo com a denúncia do Ministério Público, seria preparar o corpo e deixá-lo acessível ao irmão, que se encarregaria de ocultá-lo na madrugada.

O cunhado de Vanisse chegou a ficar preso por 30 dias. Isael Venturi deixou a prisão na semana passada e vai responder por ocultação de cadáver. Ele nega que tenha estado na casa naquela noite, mas o promotor afirma ter evidências concretas de que o homem estava na região. As mensagens trocadas entre ele e o irmão por aplicativo de mensagens foram todas apagadas antes da perícia da polícia. 

A Justiça autorizou a quebra do sigilo telemático, bancário e fiscal de Isonir, bem como medidas para assegurar uma possível indenização dos filhos em R$ 5 milhões pela perda da mãe.

Sentença de pronúncia

O juiz de Rio do Sul, Claudio Marcio Areco Junior, definiu no dia 28 de fevereiro que o júri dos irmãos deve ser feito, mas não estabeleceu uma data. O marido é acusado de homicídio qualificado por motivo torpe e feminicídio e por ocultação de cadáver. O irmão dele foi denunciado apenas pela ocultação do corpo. 

A defesa já recorreu da decisão e aguarda uma resposta. 

Isonir está preso desde o ano passado. Os advogados também querem reverter a situação para que ele possa responder ao processo em liberdade, mas não obtiveram sucesso até o momento. As tentativas devem continuar.

 

Por Bianca Bertoli

Santa / NSC Total

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