Agricultura

Energia solar reduz custos de produção

Programa SC AgroSolar foi lançado em Atalanta e deve beneficiar pequenos agricultores.

Energia solar reduz custos de produção Fotos: Divulgação / Reprodução DAV

 

Reduzir os custos de produção dos pequenos agricultores de Santa Catarina e minimizar os impactos causados no meio ambiente, são os dois principais objetivos do Programa SC AgroSolar, lançado oficialmente, em Atalanta.

A propriedade de Mário Jailson Alves, na localidade Ribeirão Matilde, serviu para a implantação do projeto piloto do projeto. O agricultor utilizou o programa de energia solar isolada, para a instalação de uma irrigação em gotejamento destinada a cultura do tabaco. As placas fotovoltaicas, um total de 45, foram instaladas em cima da própria estufa, e a energia desenvolvida serve para irrigar a plantação por meio da fertirrigação.

 

“Para auxiliar no desenvolvimento do fumo utilizamos o salitre, e agora ele é diluído na caixa de fertirrigação, e a bomba distribui na rede e na lavoura não jogamos mais manualmente, ficou tudo mais fácil”, contou o produtor.

 

A irrigação por gotejamento tem como principais objetivos a economia de água, fazendo a solução nutritiva pela raiz da planta, independente de condições climáticas e falta de água. O produtor consegue dar a quantidade de nutrientes que a planta necessita no dia a dia.

O agricultor iniciou o projeto por intermédio da empresa fumageira Souza Cruz, já que ele integra o projeto de inclusão e tecnologia desenvolvido pela empresa fumageira. Para a implantação do projeto piloto o agricultor investiu cerca de R$ 100 mil, sendo que desse valor em torno de R$60 mil foi utilizado somente com a instalação do sistema de geração de energia solar e o restante do valor para a instalação da rede de irrigação em uma área de três hectares.

Para o agricultor é um investimento que vale a pena. O sistema toca um motor de 10 CV. Se fosse pra utilizar a energia comercial o custo seria de R$300 reais, custo semelhante ao que teria se fosse para tocar um sistema por meio de um trator.

 

“Em período de seca, como agora, utilizo o sistema a cada dois dias, para que a planta não sinta falta da água se siga o desenvolvimento normal. Se fosse para utilizar os sistemas normais de irrigação, não daria para bancar os custos”, comenta o produtor.

 

Além de viável economicamente, o agricultor explica também que a fertirrigação proporciona uma diferença na qualidade do produto final.

 

“Na hora da colheita, vemos que vale a pena o investimento. A diferença chega à pelo menos três arrobas por mil pés plantados”, pontua.

 

Para o diretor da Souza Cruz, Dimar Frozza o projeto piloto agora está em análise para possível expansão e instalação em demais propriedades.

 

“É um projeto que está iniciando, não sabemos a dimensão que vai tomar. A viabilidade econômica vai se desenhando no decorrer da utilização dele”, explica.

 

 

O projeto é fruto de uma parceria entre a Fetaesc; Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Pesca; Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA); Souza Cruz e Weg, que buscavam soluções sustentáveis para aumentar a produção dos pequenos agricultores, reduzindo custos e danos ao meio ambiente.

O vice-presidente da Fetaesc, Adriano da Cunha, ressaltou que o projeto foi construído com várias mãos para que a experiência traga bons resultados aos agricultores de Santa Catarina.

 

“Esse projeto piloto nos proporciona fazer uma avaliação, vivenciar o dia a dia do produtor, conhecer as necessidades, dificuldades e aprender com esse primeiro exercício para possamos aprimorar ainda mais o projeto”, explica.

 

O intuito é que o SC AgroSolar seja modelo para as milhares de propriedades rurais de Santa Catarina. Na cultura do tabaco, por exemplo, são 44 mil produtores no Estado Catarinense. Além de reduzir custos de energia elétrica de propriedades rurais catarinenses, a nova opção tecnológica busca diminuir o impacto causado no meio ambiente. O projeto é fruto de uma parceria entre a Fetaesc; Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Pesca; Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA); Souza Cruz e Weg.

 

Por Adriane Rengel

Diário do Alto Vale 

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