Agricultura

Colheita da cebola inicia com baixos preços e clima adverso

Colheita da cebola inicia com baixos preços e clima adverso  Imagem Ilustrativa (Reprodução Internet)

No Alto Vale do Itajaí foi iniciada a colheita das variedades precoces de cebola. Os produtores estão desanimados pelos baixos preços vigentes no mercado nacional. O clima chuvoso também preocupa, pois causa perdas significativas por doenças que afetam a qualidade e a conservação dos bulbos.

Além disso, o solo encharcado restringe operações agrícolas como as pulverizações e a colheita. Segundo o IBGE, neste ano a área cultivada em Santa Catarina é de 20.732ha, 7,4% superior à da safra passada.

A expectativa de colheita é de 557.000t e rendimento médio de 26.882kg/ha. Esse aumento de cultivo supre a redução que ocorreu nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Assim, a projeção é que a safra 2015/16 da Região Sul do Brasil seja de 833.7 mil t, volume levemente superior ao da safra passada.

Todavia, as fortes chuvas que castigaram as regiões produtoras no início da primavera, aliadas a problemas mais localizados por queda de granizo, devem causar perdas significativas por bacterioses e dificuldades de colheita e armazenamento, reduzindo consideravelmente a oferta líquida da Região Sul. Atualmente, o mercado nacional é abastecido por cebolas das regiões Sudeste (MG e SP) e Nordeste (principalmente BA) e de Goiás.

Com o aumento da oferta em setembro e a importação excessiva de bulbos de países da União Europeia, os preços despencaram. Após seis meses de carência do produto, com os preços atingindo o recorde de R$4,00/kg para o produtor nos meses de inverno, a queda foi repentina.

Atualmente, os cebolicultores brasileiros recebem menos de R$0,50/kg (classe 3), o que não cobre os custos de produção.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em setembro as importações brasileiras alcançaram 24.900t. Os maiores fornecedores foram a Holanda, com 14.400t, e a Espanha, com 10.400t. Nos nove primeiros meses deste ano, as importações somaram 249.100t, quantidade maior que o total das importações de 2014. A novidade é a liderança da Holanda, com 114.800t vendidas em 2015. Superou pela primeira vez a Argentina, que, no mesmo período, exportou apenas 78.700t para o Brasil.

Texto: Daniel Rogério Schmitt /Engenheiro-agrônomo /Epagri/Ituporanga 

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